“Lambari é peixe grande em se tratando de
JAIRO FERNANDES. Inigualável nas melodias doces, despojadas do excesso
gauchesco que acaba por caricaturizar, não raras vezes, a produção musical do
Rio Grande do Sul.
Eu o conheci por ocasião
do 3º Manancial, uma oficina de criação lítero-musical que nasceu em Pelotas e
itinerou por Capão do Leão e Piratini, onde ficou mais vezes até secar-se como
acontecimento mas perenizar-se em nossas memórias – daqueles idos de 1990 até
este Século XXI e nos trazer, dentre suas paisagens e cardumes, e dentro destas
a imagem simples, alegre e emocionada de JAIRO LAMBARI FERNANDES.
Eu o conheci nessa
edição do Manancial, a compor os versos de MADRUGADAS GAVIONAS com Cristiano
Quevedo, e o percebi, pouco adiante, como versátil a interpretar toadas e
milongas com carga poética bastante para alcançar corações de vastos e
diferentes saberes.
Jairo Lambari é peixe
grande não no sentido de devorar outros seres mas de fazer importantes
marulhos, desaquietar águas de oceanos e rios e de zombar, com silêncio de
peixe, do assassínio mascarado de esporte(-morte) dos pescadores.
Jairo JÁ é nome sólido na
discografia de nossa música brasileira, além bombachas e alpargatas. O Padre
Fábio de Melo é testemunha disso.
Estive com ele em
comissões de jurados de festivais dos quais não fomos jurados de morte muito
por sua conduta ética de escutar o público e harmonizar qualidade com
popularidade.
É bom ser vegetariano e
não devorar seres com boca e olhos, tais os lambaris, nem enganá-los com iscas
para espetar anzóis em suas tenras gargantas. É bom viver neste tempo e ouvir,
em meio a tanta sede de música boa, a canção molhada de JAIRO LAMBARI
FERNANDES.
Piratini, 02 de
novembro de 2012.
JUAREZ MACHADO DE
FARIAS
www.juarezmachadodefarias.blogspot.com
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