Ao Fã clube “
Cardume”,
Escrever sobre o
“Lambari” não é fácil, primeiramente porque vemos o ídolo, o cantor, o poeta,
como alguém que está muito longe de nossas vidas, e ao mesmo tempo é alguém
íntimo, que canta na hora do nosso mate, que faz-nos companhia e enxuga nossas
lágrimas que furtivas choram por algum amor perdido, ou simplesmente por
saudade de nossa vida no campo, a juventude, as festas campeiras, a esquila no
fim de outubro, algum baile de ramada, um banho de açude, pescar de caniço
lambaris no fim de verão...
Mas quero fazer
meu depoimento contando da primeira vez que me apaixonei por sua voz, pela
música, que até hoje embala minha história. Foi no ano de 2000, na 11ª Vigília
do canto Gaúcho, aqui em Cachoeira do Sul, quando o refrão “ De tanto contar
estrelas, algumas nos olhos guardei, se lágrimas não rolaram, decerto por
dentro chorei...” da canção “Estrela Perdida”,no momento em que as notas
invadiram o Ginásio da Fenarroz, foi como se um fio de prata me ligasse aquele
som, e naquele instante me senti uma estrela perdida e chorei em silêncio no
meio do público, foi como se ele cantasse para minha alma e neste cantar
dissesse que tudo ficaria bem. Continuei acompanhando sua carreira a distância,
sempre que possível assistindo suas apresentações, e este ano na 27ª edição da
Vigília, tive a grata surpresa de encontrar-me por acaso com o meu “Ídolo”, na
rua num momento mágico, onde criei coragem e me apresentei e falei do meu amor
por suas canções e pela sua alma.
Eu gostaria de
dizer para este moço, que a sua simplicidade o torna tão especial, que seu
cheiro de campo e primavera, passa pelas notas de suas canções e vem
acomodar-se no ninho de nosso coração, que sua voz nos abraça e nos embala, que
nos sentimos parte de uma história, de um Estado Pátria, de uma Pátria conquistada
a patas de cavalos, lanças e canções, que seu sorriso largo é como se nos
recebesse em casa, e que o entardecer sempre é bem vindo aqui em casa, pois é
no cair da noite que cevo meu mate e na solidão das horas, na lembrança dos
filhos que casaram, dos netos que correm pela chácara, dos pássaros que se
alvorotam retornando aos seus ninhos, que ficamos os dois, eu e o cantor
mateado entre uma canção e outra, esperando as estrelas numa saudade de coisas
boas que vivi, e neste momento escrevo e não sou mais uma “Estrela Perdida”, me
encontro no calor do mate, suavidade da voz e a certeza de que o que mais nos
emociona é este amor correspondido por sua arte. Desejo ao Jairo Lambari
Fernandes, um céu de inspiração, para que meus entardeceres possam sempre ser
repletos de suas canções, o sucesso não vem da quantidade de CDs que são vendidos, mas da
quantidade de corações que são tocados pelas suas composições, e estes sei são
muitos.
Que o Patrão da
Estância do Céu, te abençoe e proteja hoje e sempre, e empreste o brilho das
estrelas para que brilhes nos palcos da vida, iluminando nossas almas terrenas
tão necessitadas de conforto e abrigo. Com carinho da humilde fã
Mara Garin.
Cachoeira do
Sul, 24 de Novembro de 2012.
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